Dilma critica o FMI

Pres. Dilma:

– Nós já vivemos isso. O Fundo Monetário Internacional impôs um processo que chamou de ajuste, agora se diz austeridade. Tínhamos de cortar todos os gastos. Asseguravam que assim chegaríamos a um alto grau de eficiência […]
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=108947

E se não chegamos, estamos bem. Graças ao austero Plano Real, no qual fizemos os ajustes necessarios.

Produção Industrial na Zona

Saiu hoje a Produção Industrial na Zona do Euro: -0,3%. O efeito da cifra negativa é ainda maior já que o mercado esperava uma elevação de 0,4%. Já é um indicador de que o PIB da região virá ruim.

Tabela europeia com números em queda

A Grécia pode mesmo sair do Euro. A problemática econômica gera impasses políticos. O país precisa cumprir as metas de austeridade fiscal acordadas com UE e FMI. Tal queda de 0,3% da produção industrial na Zona do Euro em março, confirma o cenário de recessão e agrava ainda mais a situação grega.

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A moeda brasileira também sentiu os efeitos do aumento da aversão ao risco externo e chegou a romper a marca de R$ 2,00. O Real fechou em alta de 1,8%, cotado a R$ 1,9870. Bovespa despencou 3,2% hoje.

Estratégia futebolera?

Primeiro Ministro

Saiu no Estadão agora há pouco

O comissário da União Europeia para Assuntos Monetários e Econômicos, Olli Rehn, […] Ele acrescentou que “recebeu muita informação” durante visita ao primeiro-ministro italiano, Mario Monti, nesta sexta-feira, e disse que a Itália precisa manter uma política fiscal “firme e estável”, além de adotar uma abordagem estilo “carrossel holandês” em relação ao crescimento econômico. O “Carrossel Holandês” é uma estratégia do futebol na qual os jogadores trocam constantemente de posição.

Como se daria a estratégia se o novo ministro italiano der ouvidos ao comissário? Vai mudar as funções dos parlamentares o tempo todo? Vai trocar as posições? Agora corta os gastos. Não! Corta os impostos! Como se dariam essas alterações? Muito doido… deve ser a crise.

Espanha – novo alerta

A bola não pode cair

A Espanha vendeu por volta de € 3,5 bi em papéis de 10 anos com yield acima de 7%, o maior desde a era do euro.

O CDS espanhol chegou ao maior nível de sua existência, beirando os 500 pontos.

Já há algum tempo que a Espanha tem a maior taxa de desemprego da Europa, acima dos 20%.

São os sinais da robusta crise. Da periférica Grécia para as centrais Itália e Espanha.

MF Global – caiu a primeira

Desonestidade ou incompetência?

Como examinado aqui no Barecon há 3 dias, a crise na Europa não está perto de uma solução. A MF Global pediu arrego e entrou com pedido de concordata na justiça americana para, pelo menos, congelar sua dívida.

Foi-se a primeira vítima. Bom, “vítima” é expressão, pois são assim chamadas pelo envolvimento forçado numa situação de desconhecimento do ocorrido. Difícil imaginar que Jon S. Corzine, CEO da MF Global, não sabia o que estava fazendo. Ao comprar títulos da dívida soberana europeia que pagavam mais, sua corretora e/ou seus clientes estariam mais expostos. Famosa relação risco-retorno.

Dessa vez, parece que a Instituição que especula no mercado vai pro saco mesmo. O FED ficou inibido pelo nosso alerta e já suspendeu a MF Global das operações nos EUA. Mas pelo tamanho da Instituição não deve abalar tanto quanto foi a quebra do Lehman Brothers em 2008.

Apesar da iminente derrocada, fica a dúvida da posição dos diretores dessas Instituições. O que leva uma corretora a quebrar? Os donos do Lehman estão numa pior? Bom… a responsa é do cotista, seus clientes, o trader seria apenas o intermediário. Ok. Mas sem dúvida deveria haver uma investigação mais densa nesse aspecto.

Porcos em Voo

And watching for pigs on the wing

Ontem aprovaram o perdão de metade da dívida grega. O presida francês e a alemã que dita as regras no país germânico fizeram uma pressão e bancos credores “refletiram e concordaram”.

Com isso, os mercados e suas Bolsas imediatistas fecharam em alta ontem. Maravilha!

Hoje, saiu a taxa de desemprego da Espanha, 21,5%, a maior da Europa e dos últimos zentos anos no país ibérico (no Brasil está em torno de 6%). Além do leilão meio que decepcionante de bônus do governo da Itália (saiu, mas com yield acima do esperado). E o país do Berlusca tem a segunda maior dívida, atrás apenas dos gregos. As Bolsas devolveram hoje o ganho de ontem.

Não acabou e a solução não está próxima. Ainda há dúvidas sobre como a Europa implementará seus planos, como irá estimular o crescimento da região e como irá aumentar a consolidação fiscal e política na região. Os PIIGS ainda têm história pra chafurdar.

Enrolando na resposta

A Folha de SP é um puta jornal. Um dos melhores do país.

Porém, na seção de dúvidas sobre investimentos poderia ser mais sucinta.

13 Tenho dinheiro aplicado em fundo de investimento. O que faço?
Em renda fixa, nada. Se tiver fundos multimercado e/ou com ações, sairá na baixa se resgatar agora. O ideal é manter os investimentos, que devem subir em longo prazo.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/955997-perguntas-e-respostas-sobre-investimentos-em-tempos-de-crise.shtml

Faltou praticidade em tempos de crise. Ou seja, a resposta para a pergunta seria apenas “Não faça nada“.

Prisão do diretor do FMI derruba mercados

Camareira de NY - Fetiche

Mas não na visão dos Ministros europeus:

Quero assegurar à opinião pública, aos mercados e à imprensa que as decisões em curso não serão impactadas e que os programas não serão afetados – afirmou Amadeu Altafaj, porta-voz da Comissão

Fato é que as principais bolsas fecharam a segunda-feira em queda com a notícia da prisão do diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, sob acusação de tentativa de abuso sexual à uma camareira do seu hotel em NY. O fato atrapalhou as negociações para o financiamento a Portugal e o possível aporte à Grécia já que o diretor estava a frente da negociação.

Mantega na berlinda

Mantega fez uma carnavalzinho anunciando tal medida ontem. O mercado se agitou. Chegou o anúncio que se confirmou não ser nada demais: o prazo dos 6% do IOF para investimento estrangeiro passou de 1 para 2 anos. Agora ha pouco, em outro pronunciamento, dobrou o IOF para pessoa física (de 1,5 pra 3%) para tentar inibir o consumo.

O Ministro aumenta seu descrédito no mercado nacional e internacional. Virou ainda mais chacota e não deve durar muito mais no cargo.

Com a andada dos gringos e residentes, o dólar amanheceu hoje já em R$ 1,59 e fechou o dia em 1,58. Com o diferencial de taxa de juros (pagamos quase 12% contra zero vírgula qualquer coisa % dos States) o Brasil sempre será atrativo.

Baixar os juros significa incentivar o crédito. Essa medida é rejeitada pois o monstro da inflação já está batendo na bunda. Mas não tem muito jeito. Que caiam os juros e também os astronômicos gastos do governo para compensar. O PT tem que entubar o desaquecimento. Não fazendo, corre-se o risco do dólar despencar ainda mais e, além dos gastos, o governo ser obrigado a dar um subsídio para socorrer o exportador.

Alguma crise vem por aí. Só não há como saber se será cambial ou fiscal e seu tamanho.

Lusa vai cair

Com certeza?

Já há algum tempo convivendo com problemas fiscais na região, a Europa sofreu mais um baque essa semana já que o governo português sofreu uma derrota na votação das medidas de austeridade fiscal para controlar o déficit público.

Os principais partidos de oposição votaram contra. Assim, o primeiro-ministro José Sócrates vazou, renunciou ao cargo. Neste caso, o país terá que pedir socorro financeiro à União Européia ou FMI, como fizeram Grécia e Irlanda.

Portugal já vem há alguns anos se complicando com acúmulo de déficit público. O atual governo, quando assumiu, explanou que o déficit era na verdade o dobro do que divulgavam em percentual do PIB. Outra divergência entre as correntes lusitanas é a quantidade de funcionários públicos. De qualquer forma a relação (A MAIOR DA ZOROPA)  gira em torno de 6% a 10% da população total do país.

Os exemplos estão dados. As dicas estão aí. Deve-se abrir o olho com as frações “Dívida Pública / PIB” e “Funcionários Públicos / População” para evitar problemas nas contas. Entre outras, é só não fazer o mesmo que nossos patrícios.