Xiii… Governo no controle

Os bancos controlados pelo governo iniciam movimento de queda das taxas de juros. Pelo menos foi o anunciado. A manchete principal do Globo de hoje é essa.

Resta esperar e ver se vai mesmo ocorrer tal queda por parte do Banco do Brasil, banco de capital misto, porém com controle do governo, e da Caixa Econômica Federal (banco público).

A intenção dessa forçada dos mandatários do país é diminuir o spread bancário e fazer com que outros gigantes, como Bradesco, Itaú, Santander façam o mesmo. A medida incentiva o consumo por ser mais fácil tomar empréstimo.

Até aí tudo bem. Num primeiro momento todo mundo fica feliz. O caboclo vai se endividar mais e, acaba mesmo, aquecendo a economia. Heterodoxos gozam de felicidade. Eu também serei beneficiado nessa primeiro momento.

Porém, na vida existem trade-offs. Uma contrapartida é que tal aquecimento do consumo com crédito farto pode aumentar a inadimplência e fortalecer a inflação.

Outro ponto é a queda nas receitas dos bancos e, consequentemente, dos seus lucros. Sair de uma cobrança de 14% para 3% ao mês é um movimento grande. Se os bancos passarem dificuldade, vai deixar quebrar ou eu vou salvá-los de novo?

BB: lucro 40% maior. E Boechat.

BB em todas

O Banco do Brasil anunciou hoje lucro líquido de R$ 2,35 bi no 1º Trimestre, 41% maior que o lucro no mesmo período de 2009 e recorde do banco. Só fica atrás do Itaú-Unibanco.

Hoje cedo em seu programa diário na Band News FM, Ricardo Boechat, quem eu admiro muito, estava martelando o banco por ser estatal, praticar tal política de juros altos e obter vultosos lucros. Disse o jornalista que o banco deveria dar o exemplo por ser estatal.

O BB é um banco de economia mista, tem ações em bolsa. Mas mesmo se fosse 100% do governo, seria da mesma forma uma empresa, um banco estatal.

O BB está no mercado, então pratica juros de mercado. Não pode (nem deve) praticar juros muito menores que o praticado. Existe uma meta (SELIC) fixada pelo governo (COPOM) onde todos se balizam. Esse COPOM que deveria ser cobrado e não o BB.

O BB colocando juros bem menores que outros desequilibraria o mercado. O fluxo financeiro seria direcionado todo ao Banco, podendo quebrar bancos menores e até gigantes como Itaú-Unibanco ou Bradesco. Sai de baixo…