Malabarismo do PT

Em sua página no Facebook o PT lança suas propagandeadas. Como o crescimento do país está baixo, a inflação alta (apesar de controlada), o déficit em transações correntes está crescente, a carga tributária explodindo, entre outros… o partido da situação lança suas imagens no intuito de fazer uma miscelânea para confundir a cabeça do eleitor. Segue a imagem publicada pelo partido

PT

“Números para quem gosta de pensar”? Só pode ser brincadeira. É a empáfia e a arrogância petista. Então vamos “pensar com esses números”.

Começamos esclarecendo que o PT não explica, óbvio, que a situação em 2002 ficou turbulenta por conta do próprio efeito-Lula. As pesquisas de intenção de voto com a provável vitória do Lula tumultuou os mercados. Investidores estrangeiros vazando daqui, o preço do dólar disparou pelo menor oferta, inflação se fortaleceu e os juros subiram (mesmo receituário que o governo petista usa). Com a civilizada transição do FHC para o Lula os mercados se acalmaram, mas o ano já estava comprometido justamente pelo que o PT representava.

Sobre o indicador Dívida Líquida do Setor Público, DLSP, há uma clara tentativa de ludibriar que houve uma redução da Dívida Pública brasileira. Não houve! A Dívida Pública mais que triplicou nesse período indicado na tabela, de R$ 0,7 trilhão para R$ 2,7 trilhões aproximadamente. A trajetória de queda da DLSP não está relacionada à uma suposta austeridade nos gastos do governo, mas em outros fatores que o índice captura como câmbio, por exemplo. Tudo está mais explicado e esmiuçado no post do prof. Josué Pellegrini.

E o índice da Dívida em relação ao PIB geralmente é usado para medir e comparar a capacidade de pagamento da dívida de um país. Não interessa, por exemplo, o estoque da dívida brasileira comparada com o estoque da dívida portuguesa. Aqui deve-se usar a relação Dívida/PIB do Brasil e de Portugal. E mesmo assim temos ressalvas pois as dívidas são diferentes, a começar pela “qualidade” e pelos prazos. Mas o PT colocou o índice em % PIB para a comparação pois o aumento nominal do PIB no período reduz o indicador (já que o PIB é o denominador da fração). Apenas mais intensificação na ilusão de melhora.

Aqui, vale uma observação sobre o “pagamento da dívida externa brasileira”. Na verdade o PT trocou a dívida do país com o FMI por essa monstruosa dívida interna. Muito maior e muito mais cara. É comum nos esquerdistas amaldiçoar o FMI, só que eles nem sabem o que é ou a função do FMI. O Fundo Monetário Internacional funciona quase como um banco. Empresta a grana para seus sócios (o Brasil é um deles) quando esses estão com dificuldades. É o mesmo quando você conversa com o gerente da sua conta sobre aquele empréstimo. Só que as taxas do FMI são as menores taxas que seus sócios dispõem.

O Déficit Nominal em % PIB vai na mesma toada. O PIB brasileiro aumentou bem nesses 10 anos. Mas quando comparado com o crescimento mundial, crescemos abaixo da média. O Brasil moscou nesses 10 anos. O mundo cresceu mais que a gente pois não aproveitamos o céu de brigadeiro de um mundo em expansão de 2002 a 2008.

O aumento das reservas internacionais veio, entre outros fatores, da alta taxa de juros que o Brasil paga (está entre as maiores do mundo). O governo do PT foi excelente para banqueiros e investidores estrangeiros. Essa alta remuneração atrai o capital externo (dólar). Com farta oferta de dólar na economia doméstica, o Banco Central do Brasil compra essas divisas e, dessa forma, aumenta seu estoque de reservas internacionais. Claro que ter reservas é salutar, mas há um custo para manter essas reservas. Claro que não é conveniente o PT falar sobre isso.

É muito complicado acreditar num partido que não expulsa seus militantes condenados por corrupção, mas agracia-os; que comemora o aumento de dependentes do bolsa família, ao invés de lutar pela redução deles. É tudo muito invertido demais, é venal demais. Que caminho perigoso…